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A superação do final

Para Lu (terceira) e a quem mais interessar

Final é algo doloroso sob todos e quaisquer aspectos. Há sempre alguém que se machuca ao final de uma relação. Mas nenhuma relação morre de infarto. Em geral, ela adoece e morre aos poucos. E nem sempre esta doença é perceptível aos dois. Quando um dos dois põe fim à agonia, o outro sente a morte na alma. Solitária e dolorida.
É quando se toma consciência da quebra de uma união sonhada – seja ela em que nível for. Vive-se então o tempo em que as feridas sangram profusamente. Até que o imaginário se acostume com a falta do sonho. Após o sangramento, a dor transforma-se em algo indesejável. É preciso expulsá-la para que haja um renascimento. Uma das opções é a busca da raiva. Raiva é um sentimento possante, forte o bastante para se sobrepor à dor. E mergulha-se nela tirando de si a responsabilidade pelo sofrimento. Durante um tempo, vira-se um dedo acusativo apontado para o outro.
Mas é preciso voltar os olhos para dentro de si mesmo. Reconhecer que a eleição do outro como único que convinha ao seu desejo, foi escolha livre. Recolocar-se dentro do processo, como sujeito das ações, é o próximo passo. Rever sonhos, atos, atitudes e, especialmente, ver-se fora do contexto do “eu enamorado”. E reconhecer o quanto se esteve solitário dentro do próprio sonho.
Este é o ponto onde a dor é cortante. A alma se quebra. Mas é também o ponto da libertação. É quando estamos prontos para nos vermos livres do sentimento opressivo do sonho desfeito. É quando estamos prontos para fechar a porta dos fundos, limpar as paredes e abrir as portas de entrada.
E arregalar olhos, braços e vida. A todos os sonhos do mundo!


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No dia da Consciência Negra, meu desejo é que todos nós possamos caminhar no sentido de assumir os nossos preconceitos, vencê-los e verdadeiramente aceitarmos as diferenças - especialmente as sociais e raciais.

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Sumi porque estive mergulhada nas coletâneas! Enfim, estão no prelo! Lindas, maravilhosas!!!!
E eu, novamente na área!

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Grandes beijos a todos!


midi: eu não sei quem te perdeu - pedro abrunhosa e sandra de sá

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