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Eu, hein?

Há tempos venho observando, pensando, observando e reconhecendo: o comportamento humano é mesmo previsível.
Algumas pessoas, incluindo eu, gostam de ser reconhecidas como imprevisíveis. E a gente até tenta ser. Mas no final das contas, somos todos moldados na mesma forma e por mais que tentemos nos desvencilhar de comportamentos apreendidos ao longo da vida, conseguimos muito menos do que gostaríamos.
Uma menina blogueira, a Esyath, me chamou de literata. Morro de felicidade, mas sei que a denominação fica por conta do carinho dela. Mas ela também disse algo que me deixou pensando, observando, pensando e concluindo. Isso mesmo: fiquei toda gerúndio! Segundo ela, meu blog é muito badalado. Perdoando-a por ter trocado o tempo passado pelo presente do verbo, concluo que ser ou não badalada na vida blogueira depende menos da minha competência e mais da constância da minha presença. É até possível que eu e muitas outras pessoas sejamos competentes e presentes. Mas se formos apenas competentes, teremos alguns bons e fiéis leitores. E só. Sem as festivas badaladas de sinos diuturnos! Porque tais badaladas exigem o compromisso do bate-ponto. Tem coisa mais chata que prazer virar compromisso?
Conclusão óbvia: movemo-nos todos pelo estímulo da recompensa. Eu dou. Mas espero ganhar. Se não há a promessa de ganhos, nem sempre estou disposta a dar. (Por que será que isso me lembra aquele experimento com ratinhos de laboratório?)
Quer comportamento mais convencional que este? Eu garanto que ele é um dos comportamentos mais democráticos que já observei no ser humano. Faz parte de pobres, ricos, letrados, iletrados, jovens, não-jovens, etc. E é comum até mesmo àqueles que se dizem imprevisíveis!
Quem sou eu para dizer que estou além (ou aquém) da previsibilidade humana? Ou deveria dizer “do modelo convencional humano”?

Memes

Sou anti-memes. O que pode também significar que sou uma chata, ou uma metida, ou uma anti-social. Fico agradecidíssima por ter tanta gente se lembrando de mim, me presenteando. E fico também orgulhosa por tudo isso. Mas sou péssima para passar os (ou seriam as) memes para frente. Isso implicaria em ter que indicar e ir aos blogs indicados para avisar que indiquei. Como não faço isso, minhas indicações perder-se-iam (putz! cuidado gramáticos!) nos ares bloguísticos.
Então, continuo gostando de receber os mimos, mas sem passá-los para frente. Não briguem comigo. Apesar de chata, sou boa gente!

Outro tipo de meme

Outro dia o Cássio Amaral, meu brotherzinho de Araxá, me indicou para uma experiência interessante. Gostei tanto que vou passá-la para todos que quiserem. Ei-la:
Estenda a mão e pegue o primeiro livro que estiver ao seu alcance. Primeiro mesmo – não vale escolher. Abra-o na página 161, vá à 5ª frase (também não vale escolher outra página ou outra frase), retire-a do texto e publique-a. Pense nela se quiser. Se quiser, use-a também como inspiração para um texto novo. Ou não faça nada, apenas destaque a frase e indique 5 outros blogueiros para fazer o mesmo.
Fiz isso com o livro A rosa do povo de Carlos Drummond de Andrade. Adoro este livro. Adoro a postura política assumida pelo poeta em vários poemas. E foi num deles que abri o livro. E foi esta a quinta frase-estrofe:
Meus olhos são pequenos para ver
o transporte de caixas de comida,
de roupas, de remédios, de bandagens
para um porto da Itália onde se morre.



Com Drummond, despeço-me. Obrigada pela atenção e pela paciência.
Beijo-beijo-beijo.
Te vejo por aí!



midi: folhetim

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