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Abobrinhas dominicais

Há um tempo atrás eu vivia indignada e com uma grande interrogação: bunda, eu? Isso mesmo, a interrogação era um plágio de Magda Almodóvar. Vou te contar porquê. Os homens me olhavam como se eu fosse apenas uma bunda. Até entendo que ela chamava atenção. Mas e os meus cabelos? Eram invisíveis? Então era assim: eu passava horas num salão de beleza, fazendo unhas, cabelo, sobrancelha. E nada disso parecia fazer diferença. Os olhos não subiam nunca. Sem contar com o mais importante: eu me achava inteligente, interessante, divertida. E eles só queriam saber da minha bunda. Não era para ficar indignada?
Mas isso é passado. E como todo passado, com gosto de saudade. Não que eu queira voltar a ser apenas uma parte da anatomia feminina, mas o meu ego anda precisando de olhares mais efetivos. Ontem estive no mercado central. Não ouvi nenhum zum-zum-zum. Apenas olhares discretos de homens que se fingiam respeitosos. Tenho certeza que os machos não mudaram. Não aqueles que ficam em botecos de mercado. Nem a minha bunda. Disso, também tenho certeza. Então o que mudou? Mudei eu. Cresceu a idade, decresceu a sensualidade. Será? Mas sensualidade não tem idade. Ou tem?
Agora, diz aí: por que estou escrevendo estas besteiras?



Ela, minha antiga companheira de surubas, deu resposta a esta pergunta. Se eu concordo com tudo que ela disse, importa pouco (ou importa apenas ao meu ego, muito mais que ao coração ). O que importa é que ela fez um belo post sobre a nossa conversa! Quer ler? Clica AQUI!

* * *


Para tentar salvar o domingo, reativo o
Espaço dos Amigos
com um poema que acabei de ler no blog
da minha querida amiga
Enrolando cirandas

Tão veloz o tempo flui
são tantas vidas numa vida
A infância é esperança
A juventude o desassossego
não espera...
tem pressa demais.
Com chispas de lua,
insinua-se a idade madura
Rabo de cometa, solar diadema,
Ritmo e emoção pura
Tudo é asa de poema
Amor é eterno...eterno enquanto dura
Tento enrolar cirandas
( Não consigo jamais)
Guardando cada fonema
De tantos “eus” que já fui,
só enrolo os carretéis dos meus ais.


Beijos domingueiros. E meu carinho para todos!


midi: nem luxo nem lixo - rita lee

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