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Ai, que sina!

Interrompo o festival de apetites (que pena!) para contar da minha sina.
Minha gente, torcer ou quebrar o pé é minha sina. Perdi a conta das vezes em que estive com um dos pés em bota de gesso ou metros de faixa. Até passei a ser mais cuidadosa com as pedras do caminho. Mas sina é sina e cá estou novamente com uma bota no pé. E como se não bastasse, escoriações nos braços e um belo hematoma na região glútea (antigamente eu escreveria bunda!).
Já deu para adivinhar o que me aconteceu? Nada trágico. Ao contrário, uma ridícula cena de cair como jaca madura. (Tempos atrás eu me compararia a uma laranja. Os tempos mudaram, estou cinco quilos mais fofinha. Eu é que não vou me imaginar como uma laranja se equilibrando lá no alto do galho e esborrachando no chão por estar madura demais!!!) Cair em plena rua sem uma razão aparente é um duro golpe na timidez exaustivamente mascarada. A gente não sabe se ri, se chora ou se pede ao chão que engula a vergonha. Pior é quando várias pessoas, solícitas, tentam nos ajudar. A vontade é mandar todo mundo praquele lugar - não fosse o verniz da civilização que nos faz agradecer amareladamente. Um tombo deveria ser invisível ou a gente deveria ter o pó de pirlimpimpim para momentos como este!
Agora, pensando no meu tombo, me pergunto onde foi que meus pés erraram. Que meus olhos andam vendo estrelas, a cabeça plantada nas nuvens e o apetite pedindo cafas, não é novidade. Mas os pés? Estes têm a obrigação de reconhecer o chão. E não os perdôo por querer fazer poesia em pleno asfalto. Pés poeta, onde já se viu? Enfim, a fome voraz, aguçada pela Cherry, vai estar em stand by. Vinte e um dias engessada só não destruirão a minha firme determinação de trabalhar - por obrigação, óbvio!
Mas se em tudo há o lado bom, já estou recebendo o troco. Em moedas miúdas, mas nada que não possa ser levado em consideração. Meus caminhoneiros estão brigando entre si para me ajudar a subir a rampa. Quem diria? Dias atrás eu poderia jurar que eles torciam para que eu rolasse lá de cima. Para perder a pose e, se possível, para verem um pouco além dos meus joelhos (ando comportadíssima!). Mas quem consegue manter pose de executiva com o pé quebrado? Quanto às coxas e pernas, sorte minha que o acúmulo de gorduras está apenas nos pneuzinhos - porque não vou pagar mico de subir a rampa segurando a saia!
Que monte de besteiras. Alguém merece ler isso?
Acabou. De pé ou sem pé, preciso trabalhar. E preciso arrumar tempo para ler vocês! Ah... e para pescar poesia e para cooptar companheiros na nova viagem de corpo e alma.
E por falar nisso:
Quem estiver interessado em participar do novo livro, corra e leia as informações:

Coletânea de Blogueiros

Duas coisas ainda:
Não se esqueçam de participar do Pão & Poesia!!!!
Pra não dizer que estou de todo afastada da dona Poesia, vejam-me como musa do poeta Guanais no Blocos on line. (Um dia ainda vou estourar de tanto narcisismo!!!)

Um beijo e até!

midi: encostar na tua - ana carolina

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