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nova ordem

quando a vida
(que se supunha
porta de saída)
vira boca de túnel
e a luz
(que se supunha
feérica)
apaga o caminho
foge-se do real
foge-se do palpável
foge-se de si mesmo

mas os pés
um dia cobram
o chão

é quando
o olhar se alonga
e reconhece-se
(no outro lado do espelho)
não o eterno
nem o divino
mas o humano

então inicia-se
o imenso
e necessário trabalho
de crescer um pouco mais
e em cada movimento
não sabido
descobre-se
a veia que pulsa
rigorosamente viva

é tempo
de acordar o ar
ainda não respirado

e caminhar


* * *

Finalmente, de volta. Ainda tropeçante, mas com muita vontade de chegar no espaço de todos.
Agradeço muitíssimo pelo carinho e pela força. Um beijo e ótimos dias!



Midi: Wave - Daniel Jobim e Luiza Jobim

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