- Se tu fosse homem te mandaria pro inferno, mesmo sabendo que perderia o emprego. Como tu é mulher...
O resto da frase pairou entre nós. Não sem antes entrar no meu sangue feminista e provocar uma revolução na cor do meu rosto. Gaúcho machista! Nos olhos dele, faíscas raivosas que gritavam: lugar de mulher é no fogão.
Contei até o congestionamento do rosto passar. Pedi a ele que se sentasse. Sentou-se. Tenso, raivoso, mas contido. De repente, deu uma vontade enorme de rir daquele homem de quase dois metros se contendo para não soltar um palavrão. Porque estava na frente de uma mulher. Mesmo que esta mulher fosse uma baixinha metida a saber de estradas e caminhões. Um sacrilégio, com certeza.
Ao perceber tudo isso, relaxei. Não engulo machismos, mas tinha que reconhecer: não era fácil para um gajo de estrada conter a língua. Menos ainda receber ordens de uma mulher. Resolvi mudar de atitude. Eu não precisava provar que era hierarquicamente superior a ele. E seria fácil demais dar-lhe um ultimato. Difícil seria ensinar-lhe uma maneira nova de lidar com as nossas dificuldades.
Ao invés de impor-lhe a minha decisão, entreguei a ele os meus problemas. Pedi-lhe que encontrasse uma solução em dez minutos – prazo que tínhamos para tomar uma decisão. Passado o prazo, mandei chamá-lo. Entrou com outra postura. Embora ainda tivesse o antigo e arraigado machismo no fundo dos olhos claros, havia um brilho novo: respeito profissional.
- Vou fazer o que tu quer.
Com um aceno de cabeça, desejei-lhe boa viagem e voltei aos meus papéis. Feliz. Mais que isso: com a sensação de vitória. Mais uma vez eu descobrira que contornar obstáculos é mais inteligente que bater de frente com eles. E respeito, a gente conquista.
O resto da frase pairou entre nós. Não sem antes entrar no meu sangue feminista e provocar uma revolução na cor do meu rosto. Gaúcho machista! Nos olhos dele, faíscas raivosas que gritavam: lugar de mulher é no fogão.
Contei até o congestionamento do rosto passar. Pedi a ele que se sentasse. Sentou-se. Tenso, raivoso, mas contido. De repente, deu uma vontade enorme de rir daquele homem de quase dois metros se contendo para não soltar um palavrão. Porque estava na frente de uma mulher. Mesmo que esta mulher fosse uma baixinha metida a saber de estradas e caminhões. Um sacrilégio, com certeza.
Ao perceber tudo isso, relaxei. Não engulo machismos, mas tinha que reconhecer: não era fácil para um gajo de estrada conter a língua. Menos ainda receber ordens de uma mulher. Resolvi mudar de atitude. Eu não precisava provar que era hierarquicamente superior a ele. E seria fácil demais dar-lhe um ultimato. Difícil seria ensinar-lhe uma maneira nova de lidar com as nossas dificuldades.
Ao invés de impor-lhe a minha decisão, entreguei a ele os meus problemas. Pedi-lhe que encontrasse uma solução em dez minutos – prazo que tínhamos para tomar uma decisão. Passado o prazo, mandei chamá-lo. Entrou com outra postura. Embora ainda tivesse o antigo e arraigado machismo no fundo dos olhos claros, havia um brilho novo: respeito profissional.
- Vou fazer o que tu quer.
Com um aceno de cabeça, desejei-lhe boa viagem e voltei aos meus papéis. Feliz. Mais que isso: com a sensação de vitória. Mais uma vez eu descobrira que contornar obstáculos é mais inteligente que bater de frente com eles. E respeito, a gente conquista.
* * *
Um belo fim de semana a todos! Beijos meus.
Querida loba
ResponderExcluirSimplesmente brilhante! estás no lugar certo.
Um beijo
Daniel
É fato, Lobissíssima, respeito a gente conquista. Fazer-se respeitar é saber a diferença entre poder e autoridade.
ResponderExcluirBeijo, piscianairmã!
Como bem disse Lela, é fato, respeito se conquista, não se acha em qualquer esquina... mas vamos combinar, que numa situação assim, a vontade é de chutar o balde mesmo... como dizia meu pai, sangue de barata? o meu não. Beijos querida. Bom domingo!
ResponderExcluirhttp://letrasecrystais.blogspot.com
http://letrasecrystais.zip.net
Difícil tratar com machos gaúchos, eu que o diga..mas ...as mulheres são lobas...bjaum
ResponderExcluirGosto dos textos que desvelam, que despem...e mostram o que há de melhor no ser humano.
ResponderExcluirVocê é linda, Loba. e tenho dito!
Beijos afetuosos de admiração!
Loba, as mulheres são mesmo sábias. Ela vão dominar o mundo. E isso vai ser muito bom. Sua crônica é o exemplo da sensibilidade e da sabedoria. Um beijo.
ResponderExcluirO campo profissional é minado...rs. Tem por todo lado preconceito pronto pra explodir. Preconceito por mulher, por idade ("novo demais" / "velho demais"), por escolaridade... Além de desenvolver muito bem a função, tem que saber lidar com gente...rs. E isso não é fácil para algumas pessoas, já pra vc é mamão com açúcar!
ResponderExcluirBeijão pra Executiva! E boa semana (que logo logo começará!)
Loba...
ResponderExcluirInteressante...E concordo c vc, é melhor contornar alguma situação constrangedora do que bater de frente, sábia atitude.
Beijos Poéticos.
;***
Tudo na vida é quetão de atitude respeitosa.belo ato.O machismo ou feminismo(arcaico)é atraso.Mas nem todos ainda estaão preparados ,educados para as novas mudanças(nossa!nova?!isto vem lá da Revoluçao francesa:Igualdade,fraternidade eliberdade)Na pratica...Mas o melhor é manter a calma,a inteligencia...educamos com atos,mas que com palavras.ótimo.Meu abraçao.beijos.
ResponderExcluirNem sei quanto tempo faz que não te leio...
ResponderExcluirMas hoje veio assim
quase fuga quem sabe um meio?
E eu pousei neste vermelho... Eu me busco nos outros... Saudade de tudo!! grande beijo, amiga!
bom é libido, q não tem gramática nem preconceito: vale o q tem mais vida
ResponderExcluirA carreira diplomática deveria ser exclusiva das mulheres. Parabéns pela crônica.
ResponderExcluirde blogue novo e nem me conta, lobinha? fui me atualizar e gostei de um bocado de coisa. e este texto tá ótimo e verdadeiro: respeito não se impõe, se conquista. bjs do zumbi
ResponderExcluirCom jeito e graça, o que é que uma mulher inteligente não consegue? Beijos.
ResponderExcluirBelo Blog, e particularmente essa história é uma aula de gestão de pessoas... Duro admitir, mas nada como a sensibilidade feminina para superar o machismo e o feminismo.
ResponderExcluirAbs.
Carlos
http://carloslavieri.blogspot.com
É Loba, tão evidente o que vc nos conta, tanta lição em poucos gestos. Seria bom que todos nós aprendêssemos aquela diferença sutil, entre ser e poder, e a superação dos extremos, para se chegar ao meio, com justiça, verdade na humanidade... Abraços, linda amiga!
ResponderExcluirVerdade amiga. Saber ouvir é o melhor dos mundos. Entre a prática e a teoria há todo um mundo de dificuldades. Cabeças quentes precisam de água fria. O tempo, mesmo que curto pode abrandar apocalipses.O sábio sabe dar oportunidade alçando o contendnor a seu lugar devido.Beijos
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