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stand by

Embora ligadíssima, estou com apenas 12% de energia bloguística. É pouco, muito pouco para tantos e fiéis e queridos amigos. Mal dá tempo para postar aqui e sair correndo. Portanto, peço desculpas pelo meu sumiço e prometo voltar assim que a minhas muitas atividades (de lobalouca) permitirem.
Um beijo e obrigada a todos que passam por aqui!



gesto de mudança

num mundo
onde a fome de justiça
é apenas quimera
e solidariedade
é verbete de aurélio
não há de se esperar
milagres divinos

é preciso vir do homem
o gesto de mudança

começa pequeno

nasce da vontade
de ser mais do que espera

torna-se
a chávena de luz
que ilumina caminhos
amplia olhares
multiplica ações

e cria
o gesto solidário


* * *

Crise poética

Como vêem, estou em crise poética! Tenho estas crises, vez em quando. Desta vez, parte da responsabilidade é mesmo da minha loucura. Outra parte é da Lista Literária Com_Texto onde re-entrei e encontrei antigos companheiros. É uma gente muito interessante com quem aprendo a ousar. E poetar tem sido minha grande ousadia. Este poema saiu da invasão que fiz ao texto Chávena de luz, de Clauder Arcanjo. Eles, os "com_textadores", são tão interessantes que permitem a minha intromissão amadora! Só tenho que agradecer e ficar feliz demais!

Recado para os integrantes das Coletâneas

Os originais já estão na editora. Estou aguardando que me mandem as provas para revisão. Entro em contato assim que recebê-las.

A quem quer terminar o ano em confraternização


AMIGO OCULTO 2007

Clica aí e entre na brincadeira!

Beijos e beijos. Otima semana a todos.

Poetando

arte de envelhecer

acima dos meus atos falhos
quero fazer pairar
a minha envelhescência

um ato de subjetivação
que me tornará sujeito
do correr das horas
que me fará significante
no encontro-desencontro
da alma que dança
do corpo que cansa

acima do desejo de etern(a)idade
quero pairar
envelhescente

e tecer
levemente
as tramas do tempo

* * *


Amigo oculto

Quer entrar na brincadeira?
Clica no link e leia as regras e instruções:

AMIGO OCULTO 2007

* * *

Ótimos dias para todos. Com beijos meus.





Midi: Fascinação - Violinos Mágicos

AMIGO OCULTO

Quer entrar na brincadeira?
Clica no link e leia as regras e instruções:

AMIGO OCULTO 2007


poetando


latência

enquanto fantasio
o ponto alto
de tua fome
no emaranhado
dos meus pêlos
dedilho
urgências
na boca da noite

e inundo
de gozos
os códigos da espera

* * *

Frase do dia:

"Viver e não ter a vergonha de ser feliz" Gonzaguinha


poetando junto:

Crys:

Dois desejos
duas saudades,
duas cabeças pensando
dois sexos apaixonados
querendo um só desejo
dois gestos
um grito
na madrugada
Vencidos!



* * *

Beijos de menta pra quem quiser!!!


midi: the crystal chip - the doors

A superação do final

Para Lu (terceira) e a quem mais interessar

Final é algo doloroso sob todos e quaisquer aspectos. Há sempre alguém que se machuca ao final de uma relação. Mas nenhuma relação morre de infarto. Em geral, ela adoece e morre aos poucos. E nem sempre esta doença é perceptível aos dois. Quando um dos dois põe fim à agonia, o outro sente a morte na alma. Solitária e dolorida.
É quando se toma consciência da quebra de uma união sonhada – seja ela em que nível for. Vive-se então o tempo em que as feridas sangram profusamente. Até que o imaginário se acostume com a falta do sonho. Após o sangramento, a dor transforma-se em algo indesejável. É preciso expulsá-la para que haja um renascimento. Uma das opções é a busca da raiva. Raiva é um sentimento possante, forte o bastante para se sobrepor à dor. E mergulha-se nela tirando de si a responsabilidade pelo sofrimento. Durante um tempo, vira-se um dedo acusativo apontado para o outro.
Mas é preciso voltar os olhos para dentro de si mesmo. Reconhecer que a eleição do outro como único que convinha ao seu desejo, foi escolha livre. Recolocar-se dentro do processo, como sujeito das ações, é o próximo passo. Rever sonhos, atos, atitudes e, especialmente, ver-se fora do contexto do “eu enamorado”. E reconhecer o quanto se esteve solitário dentro do próprio sonho.
Este é o ponto onde a dor é cortante. A alma se quebra. Mas é também o ponto da libertação. É quando estamos prontos para nos vermos livres do sentimento opressivo do sonho desfeito. É quando estamos prontos para fechar a porta dos fundos, limpar as paredes e abrir as portas de entrada.
E arregalar olhos, braços e vida. A todos os sonhos do mundo!


* * *

No dia da Consciência Negra, meu desejo é que todos nós possamos caminhar no sentido de assumir os nossos preconceitos, vencê-los e verdadeiramente aceitarmos as diferenças - especialmente as sociais e raciais.

* * *

Sumi porque estive mergulhada nas coletâneas! Enfim, estão no prelo! Lindas, maravilhosas!!!!
E eu, novamente na área!

* * *

Grandes beijos a todos!


midi: eu não sei quem te perdeu - pedro abrunhosa e sandra de sá

Saber ser feliz

Éramos eu e ela. E o barulho rumorento de centro de cidade. Ela falava, eu escutava. Vez ou outra abanava a cabeça em concordância. Ou a balançava discordando. Sem espaço para voz. Ela me chamara para ouvi-la, apenas ouvi-la – eu descobria naquela hora.
Após uma descontrolada enxurrada de palavras, algumas caretas, arregalar de olhos e voz em falsete, ela começou a chorar. E eu ali. Olhando-a e me perguntando que atitude tomar. As palavras faziam cócegas nas minhas cordas vocais. O bom senso me dizia para esperar. E o coração, derretido, pedia-me para dar-lhe colo.
Alguns poucos minutos de lágrimas e ela me olhou desafiante:
- Entendeu por que não quero mais ouvir falar em felicidade? Se isso existe, não foi feito pra mim.
Eu sabia que deveria sair do estado cataléptico em que me encontrava. Era a minha vez de entrar em cena. Talvez, assumir aquele ar compreensivo e maternal que tantas vezes usei com meus alunos. Mas, estranho, descobri que não conseguia sentir carinho por ela. Não naquele momento.
Ao invés de responder-lhe, fiz sinal à garçonete. Pedi outro suco. E olhei à minha volta. Sem nenhuma vontade de olhar para ela. Sem nenhuma vontade de discutir felicidade.
- Parece que você não escutou nada do que eu disse.
- Escutei, claro. E parece que fez bem a você falar sobre tudo isso, né?
- Mas é só isso que você tem a me dizer? Que amiga é você? Não vê que estou desesperada e precisando de ajuda?
- Escutar e calar-se, às vezes, é o gesto mais amigo que alguém pode ter.
- Que merda! Não foi pra ouvir isso que te chamei aqui!
- Ok. Então vamos embora. Tenho que voltar ao trabalho.
- Pelo amor de Deus!!! Não vai me deixar aqui neste desespero, vai? O que faço?
Sorri. Sem nenhuma felicidade. Também sem nenhuma vontade de continuar aquele papo. Maldade minha, pensei. Ela espera a minha mão amiga. Mas já passou da hora desta criatura parar de olhar para o próprio umbigo e começar a crescer.
- Aninha, se você estivesse me pedindo uma grana emprestada, ou estivesse precisando de ajuda para um trabalho ou algo parecido, seria fácil. Mas ensiná-la a ser feliz é impossível minha amiga.
- Mas tem que existir uma explicação pra tanta infelicidade. Quero que me ajude a entender isso, compreende?
- Não tenho respostas pra isso, Aninha. Você é que precisa encontrar suas respostas. Talvez precise aprender a olhar à sua volta. Quem sabe assim você se descubra muito menos infeliz?
- Porque felicidade, minha querida, não é um objeto perdido que precisa ser desesperadamente encontrado. Nem um sentimento que precisa ser pensado. Felicidade a gente vive. No agora, nas coisas pequenas, nos gestos, nas atitudes. Felicidade é percepção. De si mesmo e do seu entorno. E, especialmente, felicidade não está lá fora, em alguma coisa ou em alguém. Está dentro de cada um de nós.
A conversa ainda durou mais alguns minutos. Até que dei por encerrado o papo. Meu tempo havia acabado. E eu estava aliviada por ter conseguido devolver a ela a carga que a ela pertencia.
Porque é função nossa de cada dia saber viver. E saber viver é também saber ser feliz.


* * *
Beijo e carinho. Pra você!

Poetando

solidão

como instrumento de dentista
insidia-se

invade carnes
nervos
dignidade

e prega no espelho
a falta de atitude:

medo
de sentir-se instrumento
da própria felicidade

* * *

Proseando

Para quem gosta de prosa, estou AQUI! E já agradeço pela visita!

* * *

Mil agradecimentos ao João Bosco pelo mimo e pela declaração de afeto.
Outros mil agradecimentos à Gata por um fio por ter se lembrado de mim.
Fico devendo aos dois a postagem dos memes. Ainda o farei!


Beijos e linda semana a todos!


midi: a felicidade - tom jobim

...

Acabou a brincadeira de múltipla escolha!
Em relação à primeira enquete, mais uma vez, constatei: vocês são todos uma gracinha! Ninguém me xingou, ninguém me mandou praquele lugar, ninguém me deu de presente um lustra-móveis!
Mas fiquem tranqüilos. Não pretendo mandar e-mail convidando-os. Já sou extremamente grata a todos que me visitam apesar dos meus múltiplos sumiços. A não ser, em situações de extrema necessidade (que podem ser raras ou não, que podem ser necessidades minhas ou não!)
Quanto à segunda enquete, não foi brincadeira. Todos os anos (ou quase todos) a gente brinca de amigo oculto. Neste ano, brincaremos de novo. Só tenho uma exigência: quem entrar tem que se comprometer. É super chato ficar alguém sem presente!
Mas este é um papo para outra ocasião. Ainda vou pensar na proposta. Outra hora, outro dia, falamos nisso.

Agora, só quero brincar de poetar. Vamos?


mine(i)ração

um dia
correrei entre teus pêlos
(rios da tua transpiração)

em leitos de gemidos
densos
roucos
sustenidos
sorverás os meus liqüens

e nas escarpas boêmias
dos meus vales
e montanhas
descobrirás

cavernas
e minas
da tua perdição

* * *

Todos os poemas deixados aqui nos comentários estão aqui: Poetando com a Loba
Hoje tem um poemalindo deixado por Erly Welton Ricci!



* * *

Beijos molhados - com gosto de temporais mineiros!!!

Múltipla Escolha


A conversa está muito boa, mas as abobrinhas caíram de maduras! Não que eu já tenha resposta para o insucesso da minha bunda ou que tenha me cansado do assunto. Mas é que sou compulsiva e já pintou outro papo que quero ter com você. Mas se você ainda não leu o post anterior e ficou curioso, fique à vontade. Visite minha amiga Jeanete Ruaro, porque seus poemas valem todas as visitas, e corra lá na minha parceira de surubas, a Cherryzinha, porque o post dela é mil vezes mais interessante que minhas abobrinhas!
Desde que volte aqui e leia este, claro!

Diz aí: o que você acha de receber um e-mail meu, todas as vezes em que eu virar a página do meu blog, te convidando para uma visita?
PS em letras mínimas: o convite não inclui de forma alguma a retribuição da visita!
Para facilitar, te dou 5 opções. Você escolhe quantas quiser:

1. vai dar pulos de felicidade pelo privilégio de me ler
2. vai me mandar de presente um lustra-móveis
3. não vai se incomodar em receber o lembrete, mas também não o levará em consideração
4. se estiver num dia bom, vai dar uma passadinha no meu blog
5. vai ficar com vontade de me dizer: o blogger tem um recurso chamado ping que me avisa quando há atualização nos blogs que me interessam, portanto não se incomode.


Agora, passemos para o próximo assunto. Também aqui, você vai escolher a opção que mais lhe agradar.
O que você acha de receber em casa um presente? Não, não é nada parecido com aquelas propostas indecentes de ganhar algo depois de pagar um absurdo por outro algo. É presente de verdade, mandado por um amigo oculto!

1. Não gosto destas brincadeiras/ não tenho tempo para amigo oculto
2. Topo, mas se o presente tiver um valor máximo de, por exemplo, 20,00 e se todos se comprometerem a levar a sério a brincadeira.
3. adoraria participar, mas não tenho grana para comprar presente
4. quero participar
5. gostaria de participar, desde que o presente seja simbólico – como os presentes dos anos anteriores.
6. .................
( a sexta é uma resposta extra que você pode dar. Afinal, tudo vale a pena quando a alma não é pequena!)

Então, acabou meu tempo. E o seu também. Vou deixar este post aqui por tempo indeterminado. Ou até que eu me canse dele (o que pode acontecer em horas... ou dias)


Grande beijo! Ótimas horas!!!



PS. Não se esqueça: você tem até o dia 30 de novembro para participar:


Maiores informações, AQUI



midi: solitude

Abobrinhas dominicais

Há um tempo atrás eu vivia indignada e com uma grande interrogação: bunda, eu? Isso mesmo, a interrogação era um plágio de Magda Almodóvar. Vou te contar porquê. Os homens me olhavam como se eu fosse apenas uma bunda. Até entendo que ela chamava atenção. Mas e os meus cabelos? Eram invisíveis? Então era assim: eu passava horas num salão de beleza, fazendo unhas, cabelo, sobrancelha. E nada disso parecia fazer diferença. Os olhos não subiam nunca. Sem contar com o mais importante: eu me achava inteligente, interessante, divertida. E eles só queriam saber da minha bunda. Não era para ficar indignada?
Mas isso é passado. E como todo passado, com gosto de saudade. Não que eu queira voltar a ser apenas uma parte da anatomia feminina, mas o meu ego anda precisando de olhares mais efetivos. Ontem estive no mercado central. Não ouvi nenhum zum-zum-zum. Apenas olhares discretos de homens que se fingiam respeitosos. Tenho certeza que os machos não mudaram. Não aqueles que ficam em botecos de mercado. Nem a minha bunda. Disso, também tenho certeza. Então o que mudou? Mudei eu. Cresceu a idade, decresceu a sensualidade. Será? Mas sensualidade não tem idade. Ou tem?
Agora, diz aí: por que estou escrevendo estas besteiras?



Ela, minha antiga companheira de surubas, deu resposta a esta pergunta. Se eu concordo com tudo que ela disse, importa pouco (ou importa apenas ao meu ego, muito mais que ao coração ). O que importa é que ela fez um belo post sobre a nossa conversa! Quer ler? Clica AQUI!

* * *


Para tentar salvar o domingo, reativo o
Espaço dos Amigos
com um poema que acabei de ler no blog
da minha querida amiga
Enrolando cirandas

Tão veloz o tempo flui
são tantas vidas numa vida
A infância é esperança
A juventude o desassossego
não espera...
tem pressa demais.
Com chispas de lua,
insinua-se a idade madura
Rabo de cometa, solar diadema,
Ritmo e emoção pura
Tudo é asa de poema
Amor é eterno...eterno enquanto dura
Tento enrolar cirandas
( Não consigo jamais)
Guardando cada fonema
De tantos “eus” que já fui,
só enrolo os carretéis dos meus ais.


Beijos domingueiros. E meu carinho para todos!


midi: nem luxo nem lixo - rita lee

lembranças

uma manhã de nuvens
cheirando verão
as paredes prendendo
o silêncio do tempo
o relógio chorando
os minutos iguais
e a espera deitando
no prato de arroz

uma tarde chuvosa
beirando natal
o chão dormitando
na enchente do rio
um sino brincando
de sete marias
e a boca adoçando
geléia de jiló

uma noite pingando
dentro e fora do mito
o espelho frustrando
a esperança do rito
o lenço enxugando
dormentes de trem
o adeus respingando
promessas no vento

e o tempo partido
derivando pra vida


(dedico a postagem deste poema à minha irmãzita Adélia
e à minha grande amiga Dorita e ao querido Jota.
Porque eles gostam de ritmo e, pela primeira vez
e ainda que intuitivamente,
sinto que cheguei perto de alguma coisa parecida com musicalidade)


Releituras:

Wilson Guanais:

TRI-CICLO

Manhã
Tarde
Noite

Ontem
Hoje
Amanhã

Passado
Presente
Futuro

: o Pai
o Filho
e o ...

Amem


Clarice:

parei de beirar natais
(quando dei conta que)
beiro os dias que me são
faço o possível (impossível as vezes) para "sê-los"


* * *


enquanto houver pés, haverá caminhos. enquanto houver lembrança, haverá saudade. enquanto houver vocês, haverá nós. (devo estar plagiando alguém - porque nesta vida quase nada se cria... quase tudo se copia!)


Beijo, pessoas! Ótimas noites, ótimos dias.

Poetando

calçadão

um menino
uma fome
um vazio
:
uma bomba
prestes a ferir o silêncio da omissão

o derrame
de medo dos passantes
tingindo de vermelho
a brisa caída

e a violência
batendo na cara
das camadas de acomodação


outras palavras

AdeliaTheresaCampos:

rompido o silêncio
passado o temor
fechamos a janela
o vermelho tem mais brilho
com um balde de pipoca
olhos na televisão

Lisa:

BORRÃO

E ele continua ali, pintado, caído, na vitrine do cotidiano.
Seu nome? De menor, pivete ou João de Oliveira (é ninguém perguntou)
Mas todos sabem: hoje a mãe de Joazinho não terá ele de volta ao lar.
E outros Joazinhos acabaram de nascer no Hospital dos Indigentes e novos artistas já se preparam para tingi-los de vermelho.


Wilson Guanais:

HOMO HURBANUS

trancada
em
seu
carro
(blindado)

a pessoa
e um
"não-de-guarda"

: de
vida-
mente-
adestrado
...

Dora Vilela:

um menino com fome

várias pessoas
que passam
insensibilizadas
pelas variadas fomes
que desfiguram
a verdadeira
fome de vida

dele...


* * *


Um beijo em toda gente. Com muita pressa, mas com todo carinho.


PS. Beijo especial pra Shi, pela poesia que ela nem sabe que tem!


midi: joão e maria - chico buarque

Sobre a poesia contemporânea - L. Rafael Nolli

"Não é de hoje que a poesia tem se distanciado do público leitor. Não bastasse vivermos num país que pouco lê, há ainda, por sua vez, uma onda de poetas tomados de aversão ao leitor."

Se você concorda, continue lendo AQUI. Se não concorda, mais um motivo para continuar a ler!

sem título

Alguns textos que faço são um pedido implícito de afago. Eu sei! Faz parte do meu lado “gauche”. O lado que briga e que beija, que tem um pé nas nuvens outro no abismo. Não me lembro de ter havido um anjo me dizendo que ele existe, mas sempre me vi em dois caminhos na vida. E o gauche foi sempre muito interessante. O outro é comum. Aquele em que os sapos param na garganta até que possam ser jogados na parede – ou na cara de alguém!
Mas voltando às minhas carências, não há coisa mais bonitinha que afagos que dizem ser “sempre muito love estar aqui” ou todos os outros que recebi nos comentários do post anterior. Acordei, Cherry! E sem vergonha de pés ou mãos ou seios ou da lei da gravidade cobrando a passagem do tempo! Agora, só alma lavada e coração expectante. O que é o mesmo que dizer: quero a paixão ardendo no sangue!

Mas não era nada disso que pretendia escrever aqui. Queria era socializar um texto que recebi da Ceci, um artigo de Eve Ensler – dramaturga, artista e ativista que tem dedicado sua vida à luta contra a violência, especialmente a violência contra mulheres. Não é nenhuma novidade, para nós, as atrocidades sofridas pelas mulheres de algumas repúblicas africanas, em especial a república do Congo. Mas neste artigo Eve nos mostra o inferno. Não há como sair ilesa depois de ler Feminicídio no Congo.
O artigo está transcrito AQUI para quem quiser ler.

E agora, meu afago aos meus leitores queridos: amo vocês! Porque fazem bem ao meu ego, ao meu coração e à minha segunda-feira!!! E amo porque amo. Porque "amor foge a dicionários e a regulamentos vários" segundo meu amado e "gauche" Carlos!


Uma ótima semana a todos! Muitos beijos meus.




midi: amazing grace - Paul simon e Ladysmith Black Mambazo

Eu, hein?

Há tempos venho observando, pensando, observando e reconhecendo: o comportamento humano é mesmo previsível.
Algumas pessoas, incluindo eu, gostam de ser reconhecidas como imprevisíveis. E a gente até tenta ser. Mas no final das contas, somos todos moldados na mesma forma e por mais que tentemos nos desvencilhar de comportamentos apreendidos ao longo da vida, conseguimos muito menos do que gostaríamos.
Uma menina blogueira, a Esyath, me chamou de literata. Morro de felicidade, mas sei que a denominação fica por conta do carinho dela. Mas ela também disse algo que me deixou pensando, observando, pensando e concluindo. Isso mesmo: fiquei toda gerúndio! Segundo ela, meu blog é muito badalado. Perdoando-a por ter trocado o tempo passado pelo presente do verbo, concluo que ser ou não badalada na vida blogueira depende menos da minha competência e mais da constância da minha presença. É até possível que eu e muitas outras pessoas sejamos competentes e presentes. Mas se formos apenas competentes, teremos alguns bons e fiéis leitores. E só. Sem as festivas badaladas de sinos diuturnos! Porque tais badaladas exigem o compromisso do bate-ponto. Tem coisa mais chata que prazer virar compromisso?
Conclusão óbvia: movemo-nos todos pelo estímulo da recompensa. Eu dou. Mas espero ganhar. Se não há a promessa de ganhos, nem sempre estou disposta a dar. (Por que será que isso me lembra aquele experimento com ratinhos de laboratório?)
Quer comportamento mais convencional que este? Eu garanto que ele é um dos comportamentos mais democráticos que já observei no ser humano. Faz parte de pobres, ricos, letrados, iletrados, jovens, não-jovens, etc. E é comum até mesmo àqueles que se dizem imprevisíveis!
Quem sou eu para dizer que estou além (ou aquém) da previsibilidade humana? Ou deveria dizer “do modelo convencional humano”?

Memes

Sou anti-memes. O que pode também significar que sou uma chata, ou uma metida, ou uma anti-social. Fico agradecidíssima por ter tanta gente se lembrando de mim, me presenteando. E fico também orgulhosa por tudo isso. Mas sou péssima para passar os (ou seriam as) memes para frente. Isso implicaria em ter que indicar e ir aos blogs indicados para avisar que indiquei. Como não faço isso, minhas indicações perder-se-iam (putz! cuidado gramáticos!) nos ares bloguísticos.
Então, continuo gostando de receber os mimos, mas sem passá-los para frente. Não briguem comigo. Apesar de chata, sou boa gente!

Outro tipo de meme

Outro dia o Cássio Amaral, meu brotherzinho de Araxá, me indicou para uma experiência interessante. Gostei tanto que vou passá-la para todos que quiserem. Ei-la:
Estenda a mão e pegue o primeiro livro que estiver ao seu alcance. Primeiro mesmo – não vale escolher. Abra-o na página 161, vá à 5ª frase (também não vale escolher outra página ou outra frase), retire-a do texto e publique-a. Pense nela se quiser. Se quiser, use-a também como inspiração para um texto novo. Ou não faça nada, apenas destaque a frase e indique 5 outros blogueiros para fazer o mesmo.
Fiz isso com o livro A rosa do povo de Carlos Drummond de Andrade. Adoro este livro. Adoro a postura política assumida pelo poeta em vários poemas. E foi num deles que abri o livro. E foi esta a quinta frase-estrofe:
Meus olhos são pequenos para ver
o transporte de caixas de comida,
de roupas, de remédios, de bandagens
para um porto da Itália onde se morre.



Com Drummond, despeço-me. Obrigada pela atenção e pela paciência.
Beijo-beijo-beijo.
Te vejo por aí!



midi: folhetim

*Paz!

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* Blogagem Coletiva sugerida por Lino Resende



Outros olhares sobre a Paz:

Esyath Barret:

minha amiga, eu até ousaria afirmar que a paz comea a ser construída em nossas próprias alamedas interiores.
Paz não se ganha, nem se conquista, se constrói.
Paz ao mundo neste feriado e em todos os minutos de nossas vidas.

Clarice Ge:

A meu ver,
a melhor maneira de pregar a paz
é exercitá-la.
Ser um bom filho.
Ser um bom pai.
Ser um bom irmão.
Ser um bom amigo.
Ser um bom vizinho.
Ser um bom cidadão.
Respeitar a água.
Respeitar o ar.
Respeitar os animais.
Respeitar ao próximo.
Respeitar a natureza.
A meu ver,
a melhor maneira de difundir a paz
é exercitá-la.
Ser um bom Ser.

lu (terceira):

respeitar as diferenças, em todos os sentidos, é o melhor caminho para a paz!

Juliana:

a PAZ é de dentro pra fora.
é essencial.

Fernanda:

Realmente, só poderemos reclamar paz dos governantes quando nós também a praticarmos. Como viver num mundo de paz, quando não temos paz interior? É aí que tudo começa...

Fábio Max:

"Ser um bom ser"
Isso praticamente define o conceito de paz!

Jota Effe Esse:

A paz é possível, DESARME-SE!!!!!!!!!

Erly:

Só é possível construir a paz com o amor, porque só o amor é real. É o amor que te carrega de paz quando uma criança te observa, quando se observa a beleza do por do sol, a beleza nas coisas. Porque o amor é um raio de energia que vai para todas as direções e irradia pacificando tudo.

Caruco:

Eita, como é chato admitir que não há como haver paz! Num contexto suburbano, ou seria provinciano, ou seja, de vizinho, de colegas de trabalho, de colegas de escola, de menino negro pra menino branco ou vice versa, até que ainda vai. Mas quando a coisa começa a ir mais lá pra cima, meu amigo, onde envolve comércio, território, nação, dinheiro... haha... aí a utopia é outra. Paz e dinheiro (poder) não andam juntos.

João Bosco:

Concordo com o caruco.


Beijos e Paz para todos!