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Poetando

elos

essenciais
não são as rimas
nem a métrica
dos olhos

essenciais
são os elos
que tecidos à maneira de teia
juntam sentidos e sentimentos
e fazem beijar-se
os diferentes olhares


(poema de apresentação do livro de blogueiros Elos)



Poetando junto:

Esyath Barret:


"Não necessito de rimas,
não rimo necessidades.
Apenas sinto.
E poetizo cada elo sentido."


* * *


Proseando

Segunda-feira tem gosto de árvore desfolhada. A sensação é que um vendaval de preguiça varreu tudo: dos pés (agora sem gesso) ao último fio de cabelo.

Neste fim de semana, terminei a leitura de A cartuxa de parma, de Stendhal. É um dos melhores livros que já li. Vale a pena perder-se no amor impossível de Fabrício e Clélia, na relação (lembrada por QB) incestuosamente enternecedora (que diabo de adjetivo é este!!!!) de Fabrício e Gina. Tudo isso tecido num belo romance psicológico. Além de contextualizar perfeitamente as tramas e dramas do jovem na Itália de pós-Napoleão, Stendhal faz uma bela e profunda crítica à Restauração e ao naufrágio dos ideais da Revolução Francesa. Confira!

A edição dos livros de blogueiros está de velas soltas. Se eu não perder o rumo, chegaremos ao porto de alguma editora até o dia 10 de novembro. O que significa que os livros serão presente de natal para mim!

Chega! Uma semana linda para você. Com azuis e amor!



Midi: Kenny G - Forever in love

O pulo da gata

O mundo continuava gotejante. Suas roupas também. Tirou os sapatos pensando no emaranhado em que se transformara sua cabeça: cabelos e pensamentos encharcados. A chuva fora tão inesperada quanto inesperada estava sendo sua reação. Deveria estar irritada. Fora uma grande produção pensando no ditado: o que fica é a primeira impressão. Mas estava aliviada. A chuva lavou seu senso de obediência às convenções. Ou talvez o alívio fosse de outra ordem. Ele a olharia e a dispensaria. E a culpa seria da chuva.
Entrou no shopping dividida entre vontade e necessidade. Foi direto para o banheiro. Torceu os cabelos, ajeitou as roupas e saiu sentindo os pés escorregando dentro dos sapatos. Exatamente como vinha se sentindo ultimamente: escorregando na vida. Olhou o movimento à sua volta. Ali dentro era um mundo à parte. Nenhum sinal da chuva que enchia as ruas lá fora, nenhum sinal de emoção em ebulição no rosto das muitas pessoas que iam e vinham. De tempestade, só suas emoções borbulhando insegurança. Tirou da bolsa a foto em cinza e preto, pensando na tinta da impressora que acabara. Seria possível reconhecer alguém através daqueles borrões? Tomara que não. Balançando os cabelos molhados, foi direto à praça de alimentação. Parou no lado oposto da única mesa onde havia um homem grande e de terno.
O primeiro olhar dele foi de indiferença. O segundo, uma surpresa hesitante. O terceiro virou uma sonora gargalhada que logo em seguida transformou-se em desculpas gentis. Levantou-se e puxou-lhe a cadeira. O riso continuou no olhar, colocando fogo no rosto dela e um gemido de expectativa em suas entranhas.
Duas horas depois estava ela novamente na chuva. Desta vez, com a certeza de que a faculdade estava garantida até o final do ano. O lugar era seu. A partir do dia seguinte seria acompanhante oficial de um executivo italiano. E que se danasse o sonho idiota de apenas se deitar por amor. Amor a gente inventa.


* * *


Um fim de semana estrelado! E beijo meu.



midi: mais uma vez - renato russo

Vida eterna ao deus Eros!

O Ricardo Rayol escreveu assim:

Na densa mata
noite amante, cúmplice
contorcendo-se nas folhas,
sensual leito,
dois animais em transe.

Sobre meu corpo,
firma seus quadris,
penetro, reto,
aríete de carne e sangue.

Cavalga em disparada
sufoca os gemidos
uiva, em desesperado gozo,
loba no cio.


Eu, a musa abusada, respondo:

ao homem que se entrega
dou fonte
fogo
fome

(no desatino das carnes
a morte se explica:
sou a arma
ele, o tiro)

e nos esvaímos
em prazer
antes mesmo que acabe o cio

* * *

E você, o que diz?

a epígrafe que vem pós:

Perdes-te comigo
Porque o mundo é um momento
Pedro Abrunhosa
E tem gente dizendo, ó:

Diovvani Mendonça:

MINHA MUSA NA CLAVE DE SOL

Inspiração
derrama nos meus olhos
um cacho de estrelas
um facho de lua
um riacho de trovas
frases de um poema
tupi-guarani
canto indígena
canto de araponga
bem–te-vi na beira do rio
acenando pra mim
desenhando n’água
colcheias semibreves
da canção que ainda vou compor.

Inspiração
me deixa ver
a melodia que guardas em segredo
na partitura do teu corpo
quero saber o que diz
a letra do canto do sabia
e assim
na mágica do instante
te engravidar
e depois de nove luas
te deitar nua
no colo do violão
fazer o teu parto
deixar no ar um acorde
para ser o berço
de nossa filha
nossa música.

(pra musa da adolescência!!!)

Marcio Hachmann:

Digo apenas: nasci voyeur sem culpa, nem medo.

Zumbi:

musa abusada
não se abusa
rasga-lhe a blusa

depois usa
suas carnes
com o tempero do cio


midi: momento - abrunhosa

emoções

Eu queria fotografar o meu emocional. Fazer uma série de fotos durante 24 horas. Talvez assim eu pudesse me entender. Não tendo esta prodigiosa máquina de fotografar emoções, uso a escrita para libertar sentimentos e organizar pensamentos.

Estou na fase Brincando com a Poesia. E na fase Eros! Não sei de onde surgiu, mas estou. Paralelamente, estou me sentindo cheia de amor. Amor aos meus amores, amor aos que me amam.

Amor ao poeta que esteve longe e deixou inexplicáveis saudades doendo na carne.

(poeta,
se tua ausência
me enredou na saudade
bastou o instante
de um grito teu
e novamente te amo

bastante)


Amor ao sempre presente Guanais-poeta, dos versos que me amam:

comentário
( sobre o livro solo da loba - ainda no prelo - )

se você
leitor(a)
ainda
não tem

invente
uma
ou mais
ou perca

o melhor
do melhor
só lendo
pra ver

o reflexo
da alma
nela
mesma.

Amor a um, dois, três, múltiplos poetas que me fazem musa sem saber que existo. Amor ao não-poeta que faz poesia nas minhas vontades. Amor aos mineiros, poesia das montanhas, aos cariocas que têm pó de pirlimpimpim, aos paulistas sempre no vai-e-vem, aos potiguares, pernambucanos, paraibanos, piauenses, bahianos (Fábio, cadê vc?), maranhenses, paraenses, paranaenses, candangos, pantaneiros, gaúchos - enfim, brasileiros de norte a sul, portugueses, portunhóis e galegos que a net uniu e nenhum homem separa!

Amor a você, que pacientemente me lê:


(leitor,
se existe meu texto
é por conta do teu eco
(telecinérgico)
que faz revoada
nas pontas
dos meus dedos)


E porque o post ficou enorme, despeço-me (quase envergonhada). Com amor. E com beijos.




PS. até bem pouco tempo atrás o meu preconceito impedia que eu descobrisse a poesia de Roberto Carlos. Mas (há sempre um mas...) um dia o poeta Linaldo (que eu respeito pra caramba) abriu meus olhos (e me vi preconceituosíssima) com a letra de Cavalgada. Desde então me rendi. Há um RC que eu não conhecia e que merece respeito pela sua poesia! Então deixo vocês com Roberto na voz de Betânia.

poetando

não quero palavras

quero o gosto
de versos
presos na garganta
e nas pontas dos dedos
a poesia
modelando as gotas
do meu suor

não quero palavras
quero o artífice do poema

* * *

poetando junto

Rafaela Silva Santos:

"Não quero palavras
As quero encarnadas
Em corpo, forma e movimento
Quero passos, quero olhares
Teu abraço perseguindo meus passos
Porque amar é mais alma
Que entendimento
É mais sentir"

* * *

ótima semana a todos. beijos meus em quem quiser.


midi: me chama - marina lima

elos

“É meu interior que fala às vezes sem nexo para a consciência”
Clarice Lispector

Sempre fui dada a paixões indizíveis. Inexplicáveis. Apaixonei-me perdidamente por Peter Pan (ou pelo pó de pirlimpimpim). Depois, vários outros personagens assediaram a minha mente, o meu coração e os meus diários. Voei com Ícaro, perdi-me na beleza apolínea, amei Raskolnikov, abusei de Bentinho, me tornei amante de Oliver e vivi muitas outras transgressões imaginárias. Depois vieram os personagens que eu própria criei. Sempre tortos, heróis às avessas. Foi a fase das trevas iluminadas pelos ideais. Os marginalizados, os proscritos, os rebeldes. Eu me vendo neles e vivendo com eles. Enfim, vieram os normais. Descobri que a normalidade tinha mais de anormal do que eu poderia supor. E voltei a ser livre para amar como e quantos o coração desse conta.
Continuo me apaixonando inexoravelmente. Por amigos que não conheço, por poetas que nunca vi, por palavras que voam ao vento. Apaixono-me por letras, por sentimentos, pela presença, pelo carinho, por retas e curvas. Apaixono-me também por meninos rebeldes, meninas perdidas, mocinhas e bandidos, zumbis e vampiros. Pelo tudo e pelo nada. Pelo palpável e pelo inalcançável. Por mim em mim e por mim no outro.
E de laços e nós vou me completando. E se perco um, sinto-me perdendo um pedaço da carne. Se um amigo se vai, deixa uma ferida difícil de cicatrizar. E a dor chama-se saudade. Se volta, viro prazer. E a saudade faz festa de despedida.
Penso que estes elos, na sua completa inexplicabilidade, é que estimulam o meu viver. Estou exposta a eles e deles tiro o alimento que me renova diariamente. Sou parte de um coletivo e sem ele eu não existo. Nele me fecundo e floresço ser. Bicho ou gente. Mas que sente.


Se alguém, ao ler este texto, ficou com a impressão de déjà vu e agora está incomodado por achar que cometi o pecado do plágio, sossegue. Se plagiei, foi a loba de algum tempo atrás. É que este texto me parece tão atual que resolvi reescrevê-lo, com mínimas modificações. Também porque ando de namoro firme com os muitos projetos que estou abraçando – entre eles, a organização de três livros que estão ficando maravilhosos - portanto, sem tempo para cuidar do blog e dos amigos. Mas continuo apaixonada por vocês. Todos vocês!


Beijos! Muitos e todos!


Eu, poeta

gelo & sal *

se a mente
caminha burguesa
por dormentes quebrados

se a alma
hiberna platônica
entre o gelo e o sal

se o corpo
esconde desejos
em cólicas oblíquas

a vida
vira exposição de motivos
e suicida fervorosa

na
harmonia

do medo




*Poema do livro que estou gestando carinhosamente, com a juda de maravilhosos e amigos poetas, e que está sendo comentado AQUI!


* * *


um dedinho de prosa


Estou conectada 24 horas! Nem acredito! Depois de um ano inteiro sem internet no trabalho, posso me dar ao luxo de postar às duas da tarde. Parece besteira? Mas não é! Estar sem internet nos dias atuais é como voltar à idade do gelo - eu estava me sentindo de espírito quase congelado!

Então agora estou no ar. Com uma grande e séria restrição de uso - afinal, preciso ganhar o pão de cada dia - mas feliz por ter a oportunidade de fugir - literalmente - da rotina de conhecimentos de fretes, caminhões e caminhoneiros!


Um grande beijo, flores e azuis para você!



Midi: Pink Floyd

surto poético

profissão: musa

queima
todos os dias
nas fagulhas
dos desejos
que provoca
no poeta

e dorme
todos os sonos
com os açoites
da paixão
que nunca sai
do poema

* * *

(ai, como sofre uma musa!!! quase tanto quanto uma aspirante a editora! e eu continuo querendo me matar de sofrer!)


Coletâneas de Blogueiros: encerradas as inscrições. Agora começa minha peregrinação pelas editoras. Sem promessas, mas espero que os dois livros fiquem prontos antes do natal!
Quem se inscreveu e ainda não mandou o material: tenha dó de uma futura editora!!!!

Pão & Poesia: meu amigo-poeta-empreendedor Dio está a mil. Além das várias entrevistas que anda dando para rádios e jornais da nossa amada terrinha das gerais, está fazendo parcerias interessantíssimas. E eu, sua fiel-escudeira-virtual, aplaudindo e torcendo para que a poesia injete beleza nos cenários encardidos da vida real.

E chega! Beijos e beijos.


midi: lay lady lay - bob dylan

Proseando com Mel e Cherry

Li, e gostei de ler, os manuais de uso (para homens) da Madalena Mel e da Amanda. E fiquei pensando: há outras versões! Não comentei, porque meu comentário seria uma das tais outras versões. Mas dormiu comigo a vontade de soltar o verbo. Na minha visão, é claro.
Nós três (Melzinha, Cherry e eu) já fomos parceiras de algumas surubas. Somos diferentes – em idade, vivências e aparência – e somos parecidas – quando se trata de nos jogarmos de cabeça em algo que gostamos. E gostamos de sexo. De falar, de escrever e, principalmente, de compartilhar. Portanto, nossas surubas sempre foram muito interessantes. Se alguém está aí imaginando três mulheres rolando numa cama, engana-se. A gente rola sim, mas em camas diferentes. Juntas, somos as três mosqueteiras em defesa da quebra dos bons costumes – no que se refere à visão masculina de uma mulher na cama.
Mas voltando aos manuais – se você não leu, saiba: é leitura obrigatória. Aqui, é apenas comentário sobre. Portanto, não vou me estender com uma versão feminista (às vezes, sou mesmo ferrenhamente feminista) ou com uma longa exposição dos motivos que me levam a acreditar que ganhei várias vezes na loteria. Vou apenas resumir o que as duas disseram.
Homens, atenção: não procurem o ponto G numa mulher! O ponto G é a sua sensibilidade. É sua condição de habitar o universo feminino como parceiro, não apenas como macho.
É sua condição de tornar-se complemento e ser complementado.
E tenho dito! (ai, como isso ficou autoritário!!!)



Mudando de assunto: nosso livro está ficando ma-ra-vi-lho-so! E olha que ainda nem terminaram as inscrições!!!

Pra vc que está chegando agora:

comece sentindo-se à vontade! Depois, leia um pouco mais.

Sobre Pão & Poesia e sobre Coletânea de Blogueiros. Sinta-se convidado(a) para ambos os projetos.



Ótimos dias pra todos. Beijos pra quem quiser!



midi: nada por mim - marina lima

Fato ou Ficção?

Por amor

Ela tinha duas Asas. Ele, um Astra. Ela transbordava pétalas. Ele guardava sementes do futuro. Ela se despojava de roupas, de pele, de sentimentos. Ele apertava o nó da gravata. Ela voava. Ele contornava as pedras do caminho.
Um dia ele chutou as pedras. Ela, o caminho.


* * *

Por paixão

O contito pode ser uma ficção. Esta história não. É a história de quem tem paixão por letras. Um grupo que está se fazendo em torno de um objetivo: publicar um livro.
Quem disse que seriam apenas 30 os autores? Já somos mais e continuamos crescendo. Então, serão dois livros. Duas coletâneas de autores blogueiros. Dizem que o que é bom deve ser multiplicado. Então venha nesta. Entre aqui e leia as informações: Coletânea de Blogueiros.
Dizem que amor move montanhas. Digo que paixão cria montanhas... de realizações.


Grande beijo a todos!

PS. Se você ainda não conhece o projeto Pão & Poesia, leia AQUI. Se conhece, mas ainda não se decidiu pela participação, leia de novo. E entre nesta!!!


midi: I love my man - billie holiday

Ai, que sina!

Interrompo o festival de apetites (que pena!) para contar da minha sina.
Minha gente, torcer ou quebrar o pé é minha sina. Perdi a conta das vezes em que estive com um dos pés em bota de gesso ou metros de faixa. Até passei a ser mais cuidadosa com as pedras do caminho. Mas sina é sina e cá estou novamente com uma bota no pé. E como se não bastasse, escoriações nos braços e um belo hematoma na região glútea (antigamente eu escreveria bunda!).
Já deu para adivinhar o que me aconteceu? Nada trágico. Ao contrário, uma ridícula cena de cair como jaca madura. (Tempos atrás eu me compararia a uma laranja. Os tempos mudaram, estou cinco quilos mais fofinha. Eu é que não vou me imaginar como uma laranja se equilibrando lá no alto do galho e esborrachando no chão por estar madura demais!!!) Cair em plena rua sem uma razão aparente é um duro golpe na timidez exaustivamente mascarada. A gente não sabe se ri, se chora ou se pede ao chão que engula a vergonha. Pior é quando várias pessoas, solícitas, tentam nos ajudar. A vontade é mandar todo mundo praquele lugar - não fosse o verniz da civilização que nos faz agradecer amareladamente. Um tombo deveria ser invisível ou a gente deveria ter o pó de pirlimpimpim para momentos como este!
Agora, pensando no meu tombo, me pergunto onde foi que meus pés erraram. Que meus olhos andam vendo estrelas, a cabeça plantada nas nuvens e o apetite pedindo cafas, não é novidade. Mas os pés? Estes têm a obrigação de reconhecer o chão. E não os perdôo por querer fazer poesia em pleno asfalto. Pés poeta, onde já se viu? Enfim, a fome voraz, aguçada pela Cherry, vai estar em stand by. Vinte e um dias engessada só não destruirão a minha firme determinação de trabalhar - por obrigação, óbvio!
Mas se em tudo há o lado bom, já estou recebendo o troco. Em moedas miúdas, mas nada que não possa ser levado em consideração. Meus caminhoneiros estão brigando entre si para me ajudar a subir a rampa. Quem diria? Dias atrás eu poderia jurar que eles torciam para que eu rolasse lá de cima. Para perder a pose e, se possível, para verem um pouco além dos meus joelhos (ando comportadíssima!). Mas quem consegue manter pose de executiva com o pé quebrado? Quanto às coxas e pernas, sorte minha que o acúmulo de gorduras está apenas nos pneuzinhos - porque não vou pagar mico de subir a rampa segurando a saia!
Que monte de besteiras. Alguém merece ler isso?
Acabou. De pé ou sem pé, preciso trabalhar. E preciso arrumar tempo para ler vocês! Ah... e para pescar poesia e para cooptar companheiros na nova viagem de corpo e alma.
E por falar nisso:
Quem estiver interessado em participar do novo livro, corra e leia as informações:

Coletânea de Blogueiros

Duas coisas ainda:
Não se esqueçam de participar do Pão & Poesia!!!!
Pra não dizer que estou de todo afastada da dona Poesia, vejam-me como musa do poeta Guanais no Blocos on line. (Um dia ainda vou estourar de tanto narcisismo!!!)

Um beijo e até!

midi: encostar na tua - ana carolina

porque a Cherry aguçou meu apetite

quero um cafajeste

um cafajeste
que devasse pelos olhos
meus segredos
e aguce em meu desejo
os tremores
de uma febre terçã

um cafajeste
que rabisque desvarios
em minha pele
e faça de seu corpo
os sujeitos
da minha inundação

quero um cafajeste
(bem cafa)
que seja apetite
da minha carne
e seja carne
em minha fome

porque alguns homens
a gente ama
outros
a gente come


com o mesmo apetite

Crys:

Minha alma de poeta é leviana
Quer ser amada com loucura
Quer despertar em ti
O ser cafajeste que se esconde
Senti o sabor do teu ciúme
O calor de tuas emoções.
Mas tu foges...!
Penso tê-lo esquecido.
E invade-me novamente
Provocado-me a sede de te amar.
Isso, derruba parte de minha resistência!

Esyath:

"Cafa quem és tu?
Jeste por quê logo tu?
Por quem me tomas?
Por uma vítima leviana?
Levi de levemente insana.
Ana como tantas Marianas.
Meu autocontrole se foi,
quando vieste me roubar
o discernimento,
não o encontraste logo ali?
Querido Cafajeste,
continuo sendo dominada,
mas aproveitando cada instante
desta tortura cafajestal"


* * *

Então, voltemos aos convites:
Leia aqui sobre Pão & Poesia
e aqui sobre o novo livro de blogueiros: Coletânea de Blogueiros


E nada mais tendo a dizer (o poema hoje concentrou todas as minhas bobices!), te beijo.
Ao som de The Doors in Light my fire (quem resiste a um convite deste????)