Foi o tempo também das pílulas. Do LSD ao anticoncepcional. E não era difícil ter acesso a nenhuma delas, especialmente esta última. Mas apesar da liberação sexual das décadas de 60 e 70 e toda a nossa loucura em função de nossas ideologias, o índice de gravidez na adolescência foi proporcionalmente muito menor do que vemos hoje. Longe de mim querer ser uma especialista em comportamento familiar, mas tentando fazer um paralelo entre nós e os atuais adolescentes, fico pensando que a grande deficiência hoje está num vácuo inominado existente entre pais e filhos. Vácuo estabelecido, conscientemente ou não, por nós - aqueles adolescentes moderníssimos, questionadores, transgressores e engajados. Os mesmos que tiveram pais considerados retrógrados, repressores, castradores. Mas foi com estes pais que aprendemos os valores que nos sustentaram, até para que pudéssemos estar estabelecendo uma nova ordem. Porque para se mudar algo é preciso partir de algum ponto. E fico me perguntando: de que ponto partem hoje os adolescentes?
Parece que em alguma parte do caminho nós, os adolescentes daquele tempo, nos perdemos. A maioria de nós continua sendo cabeça pensante, engajada e indignada (embora questionável em relação à ação).
Convite para blogagem coletiva
Copiando direto do Jus Indignatus, blog do Ricardo Rayol:
Como todos sabem no Brasil o povo tem memória curta. Dizem os políticos, envolvidos em escândalos, que se deve fazer o possível para ser esquecido no 16º dia. Então, no dia 02 de agosto, convido a todos para a blogagem coletiva "Vôo JJ 3054 - Uma cena". A idéia é tomar uma cena que mais tenha marcado, na cobertura do acidente e de fatos relacionados, e falar sobre ela.
Participe!
Ótima semana. E beijos meus!